Puu nakɨ thëã oni: o conhecimento yanomami sobre abelhas

  • Tipo de projeto
    Design de livro
  • Cliente
    Instituto Socioambiental (ISA)
  • Expertise
    Design editorial
  • Direção
    Felipe Cavalcante, Gabriel Menezes
  • Mês/Ano
    01/2021
  • Mídia
    Impresso
  • Design
    Felipe Cavalcante, Gabriel Menezes

O Instituto Socioambiental – ISA procurou o estúdio Molde para ajuda-los a desenvolver uma publicação bilíngue, em português e yanomami, sobre o conhecimento desse povo indígena sobre abelhas. Na publicação, organizada por Estêvão Senra e Bruce Abert (coautor de “A queda do céu”), o povo Yanomami compartilhou seus saberes sobre a identificação das espécies e dos tipos de colmeias, as técnicas e instrumentos que utilizam na extração do mel, além de mitos sobre a origem das espécies.

O Instituto Socioambiental – ISA procurou o estúdio Molde para ajuda-los a desenvolver uma publicação bilíngue, em português e yanomami, sobre o conhecimento desse povo indígena sobre abelhas. Na publicação organizada por Bruce Abert (autor de “A queda do céu”) e Estêvão Senra, o povo yanomami compartilhou seus saberes sobre a identificação das espécies e dos tipos de colmeias, as técnicas e instrumentos que utilizam na extração do mel, além de mitos sobre a origem das espécies. O resultado desse estudo foi um importante registro do saber tradicional dos yanomami e também de sua da resistência frente à violenta expansão econômica sobre seu território. 

A leitura do livro permitirá aos leitores dos dois idiomas aprender sobre abelhas a partir de relatos verbais e de desenhos dos pesquisadores yanomami. Além disso, a publicação criou um extenso glossário, cuja tradução para o português permitiu a comparação de termos técnicos e nomes de espécies entre os dois idiomas.

O projeto gráfico do livro PUU NAKƗ THËÃ ONI buscou aproximar o conhecimento tradicional e científico. Com esse objetivo, utilizamos a família tipográfica Brasilica, concebida originalmente para contemplar o português e as línguas indígenas brasileiras, que contém caracteres ausentes na maioria das fontes comerciais. Com ajuda do typedesigner e autor da fonte Rafael Dietzsch, a família foi ampliada para compor textos em yanomami. Além de solucionar esse desafio, as formas orgânicas e as serifas marcantes dessa fonte trouxeram aspectos humanísticos e uma aparência rústica e precisa, que eram características buscadas pelo projeto. A capa exibe alguns desses caracteres em tamanho grande, apresentando uma publicação bilíngue e despertando a curiosidade sobre o idioma.

Nas páginas de catalogação de espécies, aproximamos os termos técnicos criando tabelas comparativas entre os dois idiomas. Esse recurso permitiu que o livro se tornasse uma poderosa ferramenta de consulta e também de tradução.

O resultado foi um livro conciso e resistente, pensado para a leitura na cidade e para a consulta na floresta. Um livro para ser distribuídos para os próprios yanomamis e também para pesquisadores falantes do português. Um livro que nos aproxima dos nossos povos originários e, portanto, de nós mesmos.

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